O tempo quase pára. O presente silencia-se na angústia da incerteza
Sobre o artista
Ismaël Sequeira nasceu em 1969, na freguesia da Conceição, cidade de São Tomé. Começou a pintar como autodidacta desde muito novo. Aos treze anos participa, com desenhos à cera, na sua segunda exposição colectiva, alusivo aos festejos de 12 de Julho de 1982, dia da independência nacional, sob a orientação do seu avô. Entre os treze e os dezasseis anos começou a experimentar diversos materiais, optando então pelo guacho e tintas de óleo industrial, material mais disponível no mercado de então. Conheceu o Protásio Pina e o Cesaltino da Fonseca em 1982, dois expoentes máximos das artes plásticas da altura, que dirigiam o sector de produção de cerâmica na Olaria de Almerim, onde aprendeu a modelar o barro, fazer moldes de dois tacelos e a pintar cerâmica. Aprofundou a sua relação plástica com o Protásio e sob a sua influência começou a pintar à óleo em 1985. A vinda dos mestres coreanos para o arquipélago, para participarem num projecto de espetáculos e formação de bailarinos e ginastas, foi fundamental para a sua formação e aprendizagem de pintura de cenário e quadros humanos para espetáculos ao ar livre e jogos desportivos. Em 1986 participa pela primeira vez numa exposição fora do país; em Sintra, na feira de EFIGT. Ainda em 1986 colaborou com os artistas plásticos José Viana e Flávio Trindade na organização do Departamento de Artes Pásticas da futura UNEAS (União dos Artistas Plásticos Santomenses). Não satisfeito com a orientação e trabalhos de base deste departamento, torna-se mentor da futura APPLAS (Associação dos Artistas Plásticos Santomenses) juntamente com os artistas Luís Pina e José Manuel Mendonça (Zemé). Participou e ganhou o terceiro prémio em 1988 no concurso de desenho e cartaz sobre “o meio ambiente e os animais em vias de extinção“ realizado pelo Centro Cultural Português.
Conheceu Silva Pereira, jornalista e director deste centro, juntos programara a sua primeira exposição individual para Novembro de 1989. Exposição que marcou uma nova etapa e transformação nas artes plásticas santomenses impulsionadas pela nova programação do centro dando atenção exclusiva à promoção da pintura e da escultura. Esta promoção do CCP condiciona a formação de um novo público e apreciadores de artes plásticas como um novo sector forte na cultura e sociedade santomense… Neste mesmo ano participa na III Bienal de Arte Contemporânea Bantú e ganha o prémio de promoção e desperta naquele espaço a atenção das artes plásticas santomente por parte dos especialistas. No ano seguinte produz muito e realiza mais duas exposições individuais, sendo uma no CCP e outra na Sala Francisco Tenreiro. Em 1991 viajou para Lisboa e começou um novo ciclo de formação artística frequentando o curso experimental de artes plásticas na Escola Secundária António Arroio e em 1994 inicia o curso de artes plásticas – pintura. Em 2003 termina o curso de artes plásticas – escultura continuando a participar em diversas exposições colectivas e individuais. Colaborou em diversos projectos artisticos e culturais em parceria com algumas organizações tais como o CIAC. Actualmente desenvolve o seu trabalho como artista plástico e participa em vários projectos na área artística e cultural em Portugal e em São Tomé e Príncipe.